10 de abril de 2010

A Bíblia é a Palavra de Deus?

Camilo Coelho, autor

Recebi há dias, uma mensagem que me foi enviada por um dos mais respeitáveis pastores de Lisboa, que visitou a minha página na internet, em que me fazia a seguinte pergunta:

Visitando a sua página na Internet, deparei-me com isto que o irmão escreveu:
“Tenho influência de várias igrejas, em especial a Presbiteriana, a Batista e Igreja dos Irmãos. Aceito a Bíblia, não como um todo homogéneo, mas como a revelação gradual de Deus ao mundo, que teve o seu ponto mais alto na revelação de Jesus Cristo.”
A minha pergunta é no sentido de saber se o irmão não aceita a Bíblia como inspirada pelo Senhor e a nossa única regra de fé e prática, e se a Bíblia não é a Palavra de Deus?

Admitindo que mais visitantes da minha página possam ter a mesma dúvida, decidi publicar a minha opinião sobre o assunto.

Prezado Pastor ...............
Em primeiro lugar as minhas desculpas pela demora em responder ao seu email ...................... pelo que só hoje vou responder às suas perguntas que muito agradeço, pois assim me ajudam a preencher uma lacuna que certamente ficou no que escrevi.

1) “... o irmão aceita a Bíblia como inspirada pelo Senhor... ?”
Julgo que a primeira referência ao assunto da inspiração bíblica foi do chamado Santo Agostinho: «E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras.»
Esta declaração de Santo Agostinho foi incluída no Concílio de Trento e reafirmada no Concílio Vaticano II na Constituição dogmática sobre a revelação divina em 18/Novembro/1965 com 2350 votos favoráveis e 6 votos contra.
Muitos protestantes ou evangélicos desconhecem a origem desta afirmação doutrinária, que defendem como se fosse uma declaração genuinamente protestante.
No entanto, não é o facto de se tratar duma declaração do Concílio de Trento, e do Vaticano II, nem o facto de ser aceite pela maioria dos pastores evangélicos em Portugal que nos deve levar à nossa rejeição ou aceitação.
Mas há ainda outro problema. O que entendemos por inspiração bíblica?
Certamente que aceito a Bíblia como inspirada por Deus. Mas penso que não basta esta afirmação, se não disser o que entendo por inspiração, pois há várias ideias sobre o assunto.
Por exemplo, os islâmicos dizem que o Alcorão é inspirado porque Deus ditou tudo que Maomé escreveu. Embora isso seja problema deles, quero dizer que a noção que tenho de inspiração bíblica não tem nada que ver com esta ideia.
Deus não ditou nada a ninguém, mas inspirou, isto é, deu uma ideia, uma experiência religiosa que cada escritor bíblico registou, certamente o melhor que lhe foi possível e da forma mais compreensível para os seus contemporâneos a quem a mensagem geralmente se destinava, isto é, no seu contexto histórico e cultural. Assim, por exemplo, se eles entendiam a terra segundo a concepção cosmogónica antiga, como sendo uma espécie de prato invertido, à superfície das águas, assente em colunas, com os vários céus (céu sideral, oceano celeste, céu empíreo) por cima etc, foi nesta concepção que a mensagem foi transmitida nessa época, pois a Bíblia não é, nem nunca pretendeu ser um livro científico nem um livro de charadas. Os textos bíblicos são a revelação de Deus da forma mais compreensível para o homem das várias épocas em que foi escrita.
O que seria da Bíblia, se fosse um livro científico, que estivesse de acordo com as últimas descobertas da ciência dos nossos dias? Então, não teria sido compreendida durante todos estes séculos, teria uma grande aceitação nos nossos dias, e daqui a duas gerações seria rejeitada como antiquada e ultrapassada.
Portanto, se quisermos saber qual a mensagem bíblica, temos de “ouvir” os seus personagens no seu tempo, na sua cultura, no seu lugar na história, em especial em passagens veterotestamentárias.
A única passagem bíblica que conheço e que muitas vezes é citada sobre o assunto está em II Timóteo 3:16 «Toda a Escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;» Embora aqui se fale de inspiração, penso que será arriscado da nossa parte, tentar aprofundar o assunto. Tudo que for além disto será palavra da teologia e não palavra da própria Bíblia.
Além disso, não nos podemos esquecer de que quando Paulo escreveu esta carta a Timóteo, eles não tinham a Bíblia impressa num único livro como temos hoje. Havia vários livros (rolos) nas várias sinagogas, pois o cânon veterotestamentário só ficou decidido, segundo se supõe no ano 90 depois de Cristo, na cidade de Jâmnia, e o cânon neotestamentário começou a ser formado no século II, mas sem o livro do Apocalipse. Quando Paulo escreveu estas palavras, ainda nem existia a maior parte dos nossos livros do Novo Testamento.

2) “... e nossa única regra de fé e prática .....?”
Aceito a Bíblia como a única regra de fé e prática. Será que o prezado irmão tem outra alternativa melhor? Certamente que não.
Agora, ao fazer tal afirmação, devo mencionar que não considero a Bíblia como um todo homogéneo. Não considero por exemplo o livro de Levítico ou Deuteronómio com a mesma importância que o Evangelho de João, ou a carta aos Gálatas.
Considero a Bíblia como a revelação gradual de Deus ao homem, revelação que foi sempre a revelação possível. Não para Deus evidentemente, que é omnipotente, mas possível de ser compreendida pelo homem.
Assim, no tempo de Moisés, para Israel que nessa época da história era um “bando” de escravos indisciplinados, conflituosos, volúveis, habituados a viver sob o chicote e a pena de morte, certamente que a Lei de Deus tinha de ser rígida e implacável. Mas mesmo ao longo do Velho Testamento, vejo uma gradual evolução na maneira como Deus se revelava a Israel. Os primeiros versículos de Isaías são uma boa prova disso, em especial o vr.11, em que Deus rejeita o que certamente estava de acordo com todos os pormenores dos rituais da época. Nessa altura, Deus esperava mais do crente.
Quando afirmo que considero a Bíblia como a única regra de fé e prática, refiro-me ao todo bíblico e não somente a passagens isoladas, caso contrário estaria a defender a pena de morte para quem não descansasse ao sábado ou a defender que uma viúva sem filhos fosse viver maritalmente com o cunhado, como mandava a Velha Lei. A cúpula, ou a conclusão de todo o pensamento bíblico são os evangelhos, a palavra de Jesus. Esse é o único padrão, a única regra de fé e ordem que aceito. Poderei no entanto, tornar extensiva essa afirmação a toda a Bíblia, na medida em que toda a Bíblia é necessária para se compreender as afirmações de Jesus no seu contexto histórico e cultural.

3) “.... e se a Bíblia não é a Palavra de Deus?”
Não aceito a afirmação de que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas não vejo inconveniente em afirmar que “a Bíblia é Palavra de Deus”, (sem o a) desde que possa explicar o que entendo por tal afirmação.
Quero em primeiro lugar dizer que esta afirmação não é de Jesus, nem sequer é bíblica, mas é afirmação da teologia, e portanto não a podemos aceitar precipitadamente, mas temos de examinar o que isto significa.
Encontramos na Bíblia a transcrição de várias afirmações de Deus, já no Velho Testamento: Palavras dirigidas a Adão Génesis 3:9/19, a Jacob Génesis 35:1 , a Moisés Génesis 3:5s, além das afirmações de Jesus nos evangelhos. Mas também encontramos afirmações de Satanás no terceiro capítulo de Génesis, no primeiro capítulo de Job e no quarto capítulo de Mateus e Lucas.
No entanto, com a afirmação de que a Bíblia é Palavra de Deus, quero significar que a Bíblia foi escrita para nos revelar a Palavra de Deus, que é Cristo, como veremos adiante.
Há quem prefira afirmar que a Bíblia contém a palavra de Deus. Há cerca de 30 ou 40 anos houve uma grande polémica sobre isso. Pessoalmente, penso que é tempo perdido. O importante é saber o que se entende por tal afirmação.
Ainda relacionado com este assunto, quero lembrar, por exemplo que na antiga declaração de fé da Aliança Evangélica Portuguesa se afirmava acreditar em vários artigos, afirmando o artigo 2º “A divina inspiração, autoridade e suficiência das Sagradas Escrituras, que constam no Velho e no Novo Testamento.” Nessa altura eu era membro da AEP.
A partir de certa altura, aceitaram a nova declaração de fé, que julgo ainda estar em vigor, que sobre o assunto afirma no seu artigo 5º. “Cremos na inspiração divina e total das Escrituras Sagradas, na Sua suprema autoridade como única e suficiente regra em matéria de fé e de conduta e que não existe qualquer erro ou engano em tudo que ela declara.” Esta redacção já não aceito, e foi por esse motivo que a partir desse ano pedi a demissão de membro da AEP. Lamento que o preciosismo de certos pastores devido à sua teologia, tenha levado a adoptar uma redacção tão restritiva, quando um documento destes deveria ser o mais abrangente possível sem entrar em pormenores doutrinários desnecessários.
Vejo grandes dificuldades em manter esta afirmação, não só porque por vezes há divergências entre as várias cópias dos manuscritos, como também em certas contradições da própria Bíblia, em que as cópias dos manuscritos são unânimes e que em nada afectam a sua mensagem e considero enganos do próprio escritor.
Certamente que o irmão irá perguntar: Então diga onde estão as contradições?
Por exemplo, quantas vezes cantou o galo depois de Pedro negar a Jesus três vezes?

Veja em:
Mateus 26:34 e Mateus 26:74/75
Marcos 14:30 e Marcos 14:68/72
Lucas 22:34 e Lucas 22:60/61
João 13:38 e João 18:27

Poderia também fazer a pergunta: Perante quem é que Pedro negou a Jesus? Chegaríamos à conclusão de que foram mais de três pessoas.
Mas a melhor passagem em que vejo que a Bíblia não se preocupa com estes preciosismos que são o passatempo favorito de muitos crentes do nosso tempo, é em I Coríntios 1:14/17.
Depois de Paulo afirmar no vr.14 que só tinha batizado Crispo e Gaio, quando chega ao vr.16 lembra-se da família de Estéfanas e acaba esse versículo admitindo que se possa ter esquecido de mais alguém. Portanto a sua afirmação do vr.14 estava errada. E o que fez Paulo? Rasgou tudo, porque estava a escrever um documento em que não podia haver qualquer erro ou engano?
Nessa altura, os nossos teólogos ainda não tinham “descoberto” essa doutrina, pelo que Paulo, com toda a naturalidade, faz a correcção e continua, não se preocupando com esse pormenor, porque ele não estava fornecendo nenhum relatório com estatísticas dos seus batismos para ser aprovado por qualquer junta missionária, mas estava a tratar de assuntos bem mais importantes.
Para concluir, quero mencionar João 1:1 «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» (segundo Ferreira de Almeida)
«No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus.» (segundo a Boa Nova)
Não pode haver a mínima dúvida de que Jesus, o Cristo, é o Verbo de Deus, ou a Palavra de Deus. Eu prefiro afirmar que só Jesus, o Cristo, é a Palavra de Deus. No entanto, penso que a nossa língua permite, como figura de retórica (sinédoque ou metonímia), afirmar que a Bíblia é Palavra de Deus, ou que vamos ao culto ouvir a Palavra de Deus, quando é um pastor ou pregador leigo a falar. Quer isto significar, que a Bíblia foi escrita para nos revelar a Palavra de Deus, ou que a pregação é elaborada para apresentação da Palavra de Deus, que é somente Jesus, o Cristo. O próprio Jesus também utilizou esta liberdade de expressão em Lucas 16:29 «....Têm Moisés e os profetas: ouçam-nos.» Se eles tinham Moisés e os profetas pelo facto de terem as Escrituras, também nós temos a Cristo, ou temos a Palavra, pelo facto de termos as nossas bíblias.
São liberdades de expressão, que a nossa língua permite e que eu aceito, desde que não afectem a afirmação central e bíblica de que Jesus o Cristo é, não somente Palavra de Deus, mas a Palavra de Deus.

Prezado Pastor, esta é a minha posição em face dos assuntos que me colocou.
Bem sei que não é bem coincidente com os ensinos de muitas igrejas, mas é aquilo em que creio e que tenho defendido tanto nas igrejas, como à mesa do café ou no convívio com os amigos.
Embora me considere protestante, eu não tenho qualquer compromisso com qualquer igreja protestante, católica ou ortodoxa, pois só o pensamento de Jesus me interessa, mas ao ser indenominacional, procuro não ser anti-denominacional.
Estou pronto a dar a minha opinião em todos estes assuntos, mas gostaria de deixar claro que a minha página, a “Estudos bíblicos sem fronteiras teológicas”, não se destina a divulgar a minha opinião, mas a criar um espaço não comprometido com qualquer escola ou linha teológica onde todos possamos conversar e trocar ideias que sejam fruto da nossa própria reflexão e estudo bíblico, pois tenho notado uma certa falta de liberdade de expressão nas nossas igrejas e revistas evangélicas.
Embora, de momento, eu não me sinta incentivado a aprofundar este assunto, pois penso que não podemos ir muito além sem deixarmos os fundamentos bíblicos para seguirmos a nossa própria imaginação, eu prefiro dizer que mais não sei, mas pode ser que outros irmãos ou mesmo o prezado Pastor queiram dar as suas opiniões, pois como já afirmei, a minha página não se destina a divulgar só a minha opinião.
Agradeço portanto os seus comentários se me puder dar mais alguma achega que seja fruto da sua experiência e reflexão pessoal.
Do seu irmão em Cristo

Camilo – Marinha Grande - Portugal

(Retirado do site Estudos Bíblicos Sem Fronteiras Teológicas)

8 de agosto de 2009

O Fundamento do Uso do Véu

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O FUNDAMENTO DO USO DO VÉU

INTRODUÇÃO
As igrejas cristãs de todas as épocas e em todos os lugares, são concordantes entre si afirmando ser, o nosso Senhor Jesus Cristo o “cabeça” (autoridade) da igreja de Deus .Esse mesmo ensino pode ser observado nas cartas de Paulo às igrejas. Todas as denominações Cristãs professam essa fé, entretanto, pergunto: Onde, nas Escrituras Cristãs esse mesmo ensino (doutrina) é desenvolvido dando esclarecimentos tão profundos em seu significado? A resposta óbvia é… “1° Coríntios 11.1-16”.

O assunto do uso do véu pelas irmãs deve, não só ser aplicado, pois, também envolve o interesse Divino em que seus filhos “saibam” (I Cor. 11.3) da importância da figura ou significado existente em 1º Cor. 11.1-16, e o que isso representa para Deus, para os anjos, à igreja e para a doutrina apostólica, pelo fato de escrever tal ensino ocupando mais da metade do capítulo onze, tratando somente do assunto, o ato do homem “descobrir” a cabeça, enquanto a mulher “cobre” a sua, o que isso representa? Afinal, na concepção Divina, o que estamos dizendo ou proclamando quando obedecemos ou desobedecemos tal mandamento? – É isso mesmo o que veremos logo a seguir:

Antes de examinarmos 1º Cor. 11.1-16, devemos tomar cuidado, pois que tal epístola também é estendível aos Cristãos de todos os lugares, 1º Cor. 1: 1-2, (ARC-ARA-NTLH). Caso o contexto acima apontado esteja obscuro, que venha a dificultar o entendimento para algum irmão, irei expôr aqui , uma tradução de fácil compreensão,isto é,a Nova Tradução na Linguagem de Hoje : “ Eu, Paulo, que fui chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus, escrevo, junto com o irmão Sóstenes, esta carta à igreja de Deus que está na cidade de Corinto. Escrevo a todos os que, pela sua união com Cristo Jesus, foram chamados para pertencerem ao povo de Deus. Esta carta é também para aqueles que em todos os lugares adoram o nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1º Cor.1:1-2, Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH – SBB).

Vs.1-2. – Nos versos 1-2, Paulo apresenta a necessidade de imitarmos o apóstolo em seu zelo de seguir a Cristo e seu ensino, devemos imitá-lo, fazer como ele. Exortando ainda, deu-lhes o dever de “reter” (segurar firme, não abrir mão)dos “preceitos ou tradições”(gr. paradosis = tradição), que é o mesmo que “receber e transmitir ensinamentos à geração seguinte”; assim, ele recebeu do Senhor e transmitiu à igreja.

V. 3 – Principiando a aplicação do ensino, Paulo, sob a atuação do Espírito Santo, revela que a vontade de Deus é que “saibamos”, isto é, não sejamos “ignorantes” do significado daquilo que o Senhor havia ordenado. O primeiro significado importante é o simbolismo do vocábulo “cabeça” (gr. kephalê ): – “ Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher, e Deus ,a cabeça de Cristo”. Neste simbolismo de “cabeça”, se entende e interpreta por “chefia” ou “autoridade”, assim, Cristo é a “autoridade”(cabeça) do homem, o homem “autoridade” (cabeça) da mulher, e Deus é a “ autoridade”(cabeça) de Cristo.

V.4 – Nesse verso, é ensino do Espírito Santo, que “todo homem que ora ou profetiza tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça”. Sendo, portanto, “cabeça” figura de “autoridade”, o homem cobrindo-a, estará “cobrindo” ou “escondendo” no culto, aquele que exerce autoridade sobre si, isto é, CRISTO ; estará proclamando(simbolicamente) que a autoridade dEle não está sendo reconhecida ali; expondo-o à “desonra”(gr. kataischunõ = confundir, humilhar, desonrar, envergonhar). Com esse ato, pergunto: – Quem estará exercendo a autoridade no culto se, simbolicamente, essa autoridade está “coberta, escondida”?

Certamente a resposta por trás desse ato é que há uma “outra” (gr. heteros) autoridade “descoberta” na igreja que não seja a de Cristo. Assim, é bom voltarmos ao verso 3 e lermos, “ mas quero que saibais” !

Vs. 5-6 – Dando prosseguimento, nestes versos, o Espírito Santo nos transmite um ensino muito importante, o qual deve tomar todo o cuidado para que em nada possamos ofender a Deus e sua “Sabedoria” (Cristo). O Senhor, na sua onisciência, não nos deixou um estatuto imperfeito. “Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra sua própria “cabeça” (v.5); isto é, o “homem”! Assim, a mulher estará proclamando através desse ato exterior, que está desonrando o homem, sua “cabeça” ou autoridade, tudo isso no culto, que deveria ser para honra e glória de Deus, quem isso afirma é a “Escritura” e não o servo de Deus que faz este comentário! Então, como anteriormente foi feito uma pergunta sobre quem estaria exercendo a “autoridade” no culto, a resposta é que, no ato do homem cobrir a sua “cabeça” (autoridade) e a mulher descobrir a sua “cabeça” (autoridade); irrefutavelmente, a própria Escritura está ensinando que “não só” o homem está exercendo sua “autoridade”(cabeça da mulher descoberta), mas a mulher está manifestando a sua própria “glória”( v.14) , enquanto a autoridade de Cristo e glória de Deus que deveria ser “descoberta e manifestada”, foi coberta, ocultada!

Ficaria incompleta esta matéria, se não fosse exposta aqui uma questão: – “Quando o homem está com a sua cabeça “descoberta” e da mesma forma a mulher se apresentar com a cabeça “descoberta” na reunião de adoração, fica claro que, duas cabeças estão descobertas, assumindo (figurativamente) a autoridade na igreja”! Quanto a isso, Deus deixou claro ao ordenar ao homem descobrir a cabeça e a mulher cobrir a sua. Para a igreja reunida, em culto de adoração a Deus, o Senhor estabeleceu somente uma “cabeça” (autoridade) sobre a igreja, a de Cristo Jesus, seu Filho amado! Portanto, prezado irmão, não cubra sua “cabeça” na reunião dos santos, e você irmã, cubra a sua “cabeça” no culto, para que a “autoridade” do homem seja coberta, escondida, diante da supremacia de Cristo, com este ato, você está também cobrindo sua “glória” (cabelo comprido) e somente é manifesta “uma” glória, a de Deus, e somente “uma” autoridade, a de Cristo Jesus, nosso Senhor! Aleluia!

Porém, se a mulher não se cobrir com véu, há o IMPERATIVO que “rape” ou que se “tosquie”! Esse imperativo é que, pelo fato dela não se cobrir, estará expondo sua “cabeça” (ou autoridade) à vergonha, desonra; assim, “rapando” a cabeça também estará destituída de “glória” (cabelo comprido), tornando assim, como as que rapam a cabeça, significando sem autoridade e sem glória. Destarte, se para ela é coisa indecente o tosquiar-se ou rapar, “que se cubra”, isto é, use véu.

“Que se cubra”, no original grego é “ katakaluptesthô ”,cujo verbo é “ katakaluptô ” o qual está na 3ª pessoa do singular, no tempo PRESENTE do IMPERATIVO . Assim, o véu de que aqui se fala não é o “cabelo” do verso 15; pois, presentemente, Paulo não iria ordenar às nossas irmãs a pôr “ cabelo ” (?) quando estavam na reunião de adoração, naquela época, creio eu, não existia “ implante “ de “cabelo” como nos dia atuais ( só se for peruca) . Assim , como o verbo está no modo IMPERATIVO, é uma ordem ou mandato ! Este ensinamento de 1° Coríntios 11. 1-16, contém doutrina para o homem e para a mulher, e se opõe ao que alguns intérpretes sugerem, dizendo ser um “ costume ” puramente oriental.

A Escritura contradiz abertamente esses intérpretes, ao dizer: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça” (gr. ouk opheilei katakaluptesthai ), significa literalmente “ não deve trazer algo sobre ( a cabeça ). “Acompanhado de um advérbio de negação “ouk”, o presente do imperativo proíbe uma ação que está em andamento, ou que está se repetindo, deve cessar, deve acabar ” ! ( Noções do Grego Bíblico – Gramática Fundamental , pág. 269). Obs : Tal mandamento proibitivo ocorreu pela presença de Cristãos judeus ( Atos 18. 4 ), pois, estes, segundo o costume e ensino rabínico “cobriam” ( e cobrem) suas cabeças quando oravam , vejam ,1º Cor.11.1-16 não está transmitindo “costume” do judaísmo aos gregos, pois aqueles cobriam e cobrem a cabeça, até ao dia de hoje, 1º Cor.11.1-16 “ PRO-Í-BE” !!!

Quem realmente conhece os costumes do judaísmo e até mesmo entre os muçulmanos, sabem que estou falando a verdade, os ensinos do apóstolo à igreja difere dos costumes da época, aliás, é nova, pois faz parte das “boas novas”. Em a “Nova EnciclopédiaBarsa, volume 13, pág. 458” no assunto “Talmude”, observa-se os rabinos “lendo” (ensinando) o Talmude com a “cabeça” coberta, como um reflexo de que não reconhecem a “autoridade” (cabeça) Messiânica de Jesus!

Destarte, no “Dicionário Vine”, que mostra o significado Exegético e Expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento, no vocábulo “descoberta”, contém as seguintes afirmações:

Descoberta
Akatakaluptos, “descoberta” (fornecido de a, elemento de negação, e katakaluptô, “cobrir”), é usado em I Cor. 11.5,13 (“descoberta”), com referência à injunção proibindo as mulheres estarem sem “véu” ou “descobertas” nas reuniões da igreja. Pouco importando que tipo de cobertura seja, deve estar na cabeça como “sinal de poderio” ( I Cor.11.10), cujo significado é indicado em 1 Cor. 11.3 no assunto de supremacia, e cujas razões são dadas em 1 Cor. 11.7-9 e na frase “por causa dos anjos” (1 Cor. 11.10), intimando o testemunho e interesse deles naquilo que indica a supremacia de Cristo. As injunções não eram nem judaicas que exigiam que os homens cobrissem a cabeça na oração, nem gregas, pelas quais homens e mulheres ficavam igualmente com a cabeça “descoberta”. As instruções do apóstolo Paulo eram “mandamentos do Senhor” (1 Cor.14.37) e eram para todas as igrejas ( 1 Cor. 14.33,34). (Dicionário Vine-CPAD, pág. 547).

OBS: O Dicionário Vine é aprovado pelo “Conselho de Doutrina da CPAD”.

Para quem ignora o significado de “injunção” é MAN-DA-MEN-TO!Em o “Manual da Escola Dominical” (publicação da CPAD) pág. 81, o qual ensina a diferênça entre “costume e doutrina”, ensina que um costume é LOCAL, mas uma doutrina é GERAL! Conforme demonstrado no início da matéria a epístola aos Coríntios é estendível aos cristãos de TODOS os lugares; também, demonstrado pelo Dicionário Vine, as instruções do apóstolo Paulo, no assunto supracitado, eram para TODAS AS IGREJAS!

Como já demonstrado acima pelo “Dicionário Vine”, as mulheres no mundo grego pagão não cobriam as cabeças (igualzinho nos dias de hoje), nos cultos, e ordena as que estão em Cristo para “cobrir” (v.6), Ora, a mulher que verdadeiramente está revestida de submissão interior, não se revestirá de submissão exterior ao mandamento Divino (escreveu sob inspiração) em cobrir a “cabeça” (autoridade) na reunião de adoração? Igualmente, no mundo oriental judaico e árabe, as mulheres são proibidas ao saírem de casa (Nova Enciclopédia Barsa, volume 8, pág. 226, vocábulo “Israel ”) seja onde for, de se apresentar em público com a cabeça “descoberta” ( amostra em figura ).O Espírito Santo em 1 Cor. 11.1-16, ensina totalmente diferente, quando não estiverem no ajuntamento santo (seja onde for) o cabelo é dado em lugar de véu, ocupando o lugar, não orando ou profetizando ( v.15).

A prova do que estou afirmando? É a Escritura, única fonte da verdade que emana de Deus! Ao ordenar “que ponha o véu”, o verbo “pôr” está na 3ª pessoa, no modo imperativo do presente, impossível maior clareza! Isso mostra e indica que “antes” de estar no culto, no ajuntamento santo, a mulher se encontrava sem o véu, o cabelo, como diz o texto, estava ocupando o lugar, para isso foi dado em lugar, mas quando ora ou profetiza, “que ponha” o véu, já não é o cabelo, isso já foi esmiuçado anteriormente, assim, a conclusão é: A Escritura não diria “que ponha” se elas viessem de fora com o “véu” (mantilha), mas que “ permaneça ou continue” ! “Katakaluptesthô”, cujo verbo é “katakaluptô”, está no modo imperativo, aqui, o modo imperativo expressa uma ordem ou mandato.

“Nesta passagem, a vontade apela direta e afirmativamente à outra” (Noções do Grego Bíblico). O tempo verbal grego koinê PRESENTE, indica que o verbo no caso acima, não está ligado, preso ao passado, mas “que está acontecendo, estado incompleto, em andamento” (onde?).

Nos países onde a mulher é proibida em sair de casa tendo a cabeça descoberta, não há problema algum em obedecer, uma vez que a palavra de Deus está regulando um problema interno, o modo do homem e da mulher se apresentar na reunião de adoração, referente ao culto, e não de um problema externo.

ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA

V.7 – Da mesma forma que a mulher tem mandamento de cobrir a “cabeça” (autoridade), o homem tem igual mandamento de “descobrir” a sua “cabeça” (autoridade) por ser “imagem e glória de Deus”, mas a mulher é a “glória do varão”; de fato, a “glória de Deus” não pode ser “coberta” ou “escondida” na igreja, mas descoberta e manifestada! O ato do homem não cobrir sua cabeça física, é um reflexo espiritual de que a glória de Deus, juntamente com a autoridade de Cristo se faz presente, quando nos reunimos para adorá-lo. Irmãos, o significado do ensino de 1° Cor. 11.1-16, é mui belo e maravilhoso, nos traz conhecimento daquilo que foi dito no princípio: “Quero que saibais” (…).

Vs. 8-9 – Os versos 8 e 9, nos leva de volta à narração da criação, em Gênesis, não para mostrar “superioridade” do varão em relação à mulher; pois, diante de Deus, homem e mulher são iguais em valor, em importância; todos foram comprados pelo mesmo preço de Sangue ( Gl 3.28; I Cor. 12.13),o ensino é que, numa adoração conjunta, ambos tem “funções” representativos na igreja concernente à “cabeça” (autoridade), funções estas que devem ser respeitadas à luz da palavra de Deus.

V. 10 – “Por isso a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio por causa dos anjos”. Assim, amados, o uso do véu também tem uma “causa”, essa causa são os “anjos”; “deve” (gr. opheilei) vem de “dever”, obrigação resultante dos preceitos ou mandamentos da honra. Essa afirmação da Escritura derriba por terra o fraco argumento ou disfarce da “cultura” como muitos afirmam. Pois, os anjos são celestiais. Destarte, eles já presenciaram insubordinação no céu (João 8.44; Ap.12.7-8-9) como também na terra ( Gn 3.11-Vs). Ou pensa o caro leitor que os anjos não estão mais ativos na igreja do séc. XXI, nos dias atuais, observando-nos (Lc 1.19; Hb 1.14; Sl 34.7)? Essa subordinação à autoridade de Cristo no culto, é algo que os próprios anjos compreendem quando a mulher se cobre e o homem descobre a sua cabeça.

Há os que afirmam que o uso do véu era por “causa” das prostitutas cultuais existentes em Corinto, tal interpretação é uma aberração à regra fundamental da hermenêutica: “A Bíblia interpreta a própria Bíblia, ou seja, a Bíblia por si mesma se explica”!E, a Bíblia se explicando, diz que é por “causa”dos anjos, nós na CCB, não temos o “costume” de confundir “anjos” com “prostitutas”, o que é uma “o-fen-sa” à palavra de Deus e aos anjos !!! Assim, com este ato de submissão por parte da igreja à Cristo,os anjos se regozijam ao contemplarem que a igreja reconhece unicamente a autoridade de Cristo e uma glória (de Deus) sendo manifestada no ato de cobrir(a mulher) e descobrir(o homem) a cabeça na reunião de adoração e, o nosso Deus é glorificado.

Vs. 11–12 – Dando continuidade, os versos 11 e 12, nos ensinam que tanto homem quanto mulher provém um do outro, dependendo assim mutuamente no Senhor, e que todas as coisas provém de Deus; isto é,o nosso Deus é Soberano e independente.

V. 13 – No verso 13, a igreja que estava em Corinto deveria julgar a questão do véu, entre eles mesmos, porém, sempre pautados nos ensinos do apóstolo, tanto é que, a mesma igreja precisava de suas orientações, sobre várias “coisas” (1º Cor. 7) não tendo, portanto, como resolver por si própria, assuntos doutrinários. E a resposta esperada seria um “não”, pois caso pendessem para as mulheres estarem com a cabeça “descoberta” na reunião de adoração, deveriam “rapar ou tosquiar” a cabeça (1º Cor. 11.6), o que seria uma desonra ou ausência de glória, portanto uma ordem para a mulher rapar ou tosquiar-se caso contendessem o ensino apostólico.

Vs. 14-15 – É ensino apostólico o homem não usar “cabelo comprido” (gr. komaô) por ser “desonroso”, por outro lado para a mulher o usar “cabelo comprido”( gr. komê) lhe é uma “glória” ou “honra”(gr. doxa = honra , glória). Por isso mesmo o cabelo comprido lhe foi dado em lugar de véu. Ora, sendo o homem a “glória de Deus”, e a mulher “glória” do homem, porventura a mulher ficará sem “glória” ? É óbvio que não. Pois, o texto afirma que o cabelo comprido lhe é uma “glória”. Por essa razão mesmo, de ser para ela uma glória, no culto ela tem de “cobri-la” ,e quando se cobre, estará cobrindo a “glória do homem” juntamente com sua própria glória; Deus é glorificado tendo a sua glória descoberta na igreja, pois essa glória mediante esse ensino, indica que Ele não quer dividir com ninguém!

O cabelo lhe foi dado em lugar de véu, quando a sua cabeça se encontrar descoberta, não na reunião de culto e adoração a Deus. O Senhor, em sua sabedoria, não deixou um tamanho padrão para o comprimento do cabelo, pois, o crescimento do cabelo pode variar de mulher para mulher, sou cabeleireiro e falo com conhecimento de causa; “komê”, indica não pôr empecilho ou obstáculo para impedir o crescimento do mesmo.

Também, é digno de nota atentarmos para a expressão do verso 15 que diz, “ foi dado em lugar de “cobertura” (véu ); esse “foi dado” (gr. dedotai) indica o tempo “passado”, anterior à reunião de adoração a Deus; enquanto o verbo “cobrir” ou “pôr” ( verso 6) indica o tempo “presente”, encontrando-se no ajuntamento santo . Assim, o cabelo é dado em lugar de véu não estando a mulher na reunião da igreja, no caso de se encontrar a igreja reunida, eis o mandamento para a mulher, que se encontra no tempo presente, “QUE SE CUBRA”. Tem mais, ainda não acabei, a expressão “ cobrir”(gr. katakaluptô) a qual se encontra no verso 6, referente em cobrir-se com véu, difere da expressão em lugar de “cobertura” (gr.peribolaion), o substantivo deverbativo “peribolaion” arremete para o verbo “perilabô” que significa “lançar ,colocar ao redor”.

V. 16 – “Se alguém quiser ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume e nem as igrejas de Deus”. Ora, “CONTENCIOSO”, nada mais é do que aquele que não está revestido de submissão ao ensino supracitado. “Contencioso” (gr. philoneikos) é o mesmo que “amante da contenda, litigioso, brigão”. Paulo encerra o assunto, dizendo que “nós” (ministério) não temos tal “costume” e nem as “igrejas” (plural) de Deus.

Assim, é verídico o que escreveu o nosso amado irmão Ismael, dizendo: “A correta aplicação deste ensino nos remete à relação de autoridade que existe entre Deus e os homens. O véu ilustra um ensino de Deus, é símbolo de algo maior e ilustra uma relação de ordem na criação de Deus.” (Ismael).

Também, o doutor Robert H. Gundry, no tocante ao uso do véu, faz um comentário em seu livro:
“O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e ordena que os varões crentes orem e profetize de cabeça descoberta, como sinal da autoridade de que estão investidos”. (Panorama do Novo Testamento – Robert H. Gundry, Ph. D. – pág. 314).

PS: Alguns comentaristas afirmam que o significado “interno” da submissão contida em I Cor. 11.1-16 permanecem; enquanto o ato “externo” do uso do véu “não é válido”(?) para os dias atuais. Tais comentaristas se encontram revestidos de tamanha “autoridade” (?) que se acham no direito de suprimir este ou aquele MANDAMENTO, suplantando assim, a autoridade da própria SAGRADA ESCRITURA, definindo assim, qual mandamento é válido ou… “vencido” (?). Destarte, ignorais que a “insubmissão do ato” externo, não põe a descoberto a insubmissão do homem interior, do EGO?

Irrefutavelmente, SIM! “Será, que a “autoridade” (?) deles é superior à autoridade apostólica? Vejamos, pois, a “origem” do que Paulo ensinava e pregava: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não recebi nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”. (Gl 1.11-12; I Cor. 14.37 – ARC).
Assim, essas “coisas” que Paulo escreveu, era, e é destinada aos Cristãos de “TODOS” os lugares. Esse mandamento do Senhor é para a mulher se “cobrir” no culto de adoração, mas o silogismo dos homens ( Ef. 4.14) ensina na “contramão” da palavra de Deus, dizendo que…“não precisa”ou “não é válido”(?) para os dias atuais.

O ensino contido em 1° coríntios 11.1-16, conclue enfaticamente que o Senhor Jesus é a única “cabeça” (autoridade) descoberta na igreja, e que somente uma “glória” é manifestada em nosso meio, a Glória de Deus; assim, o ensino contido em I Cor. 11.1-16 enfatiza que, o Senhor Jesus é o cabeça da igreja!

O que passar disso é:

1- Homem tendo a “cabeça” descoberta no culto = Autoridade e Glória de Deus descoberta (figurativamente) no culto.

2- Mulher tendo a “cabeça” descoberta no culto = Autoridade e glória do homem descobertas (figurativamente) no culto, além da “mulher” estar manifestando a sua própria glória, isto é, cabelo comprido “descoberto”.

Resumindo, duas autoridades (cabeças) manifestas no culto e três glórias presentes na reunião de adoração? Essa é a razão das “glórias” humanas e “autoridade” do homem serem cobertos na oração e na profecia.

Prezado leitor (a), deixo aqui uma pergunta:
Muitos dizem que não precisa a mulher se cobrir com véu; a quem tu serves e procuras agradar, a “homens ou a Deus” (Gl. 1.10)?

Pense nisso!

OBS: A matéria acima, foi elaborada para mostrar que o ensino de 1° Coríntios 11.1-16, não se coaduna com o “costume” da época, é diferente, “santo” (separado) e NOVO!

Que Deus vos abençoe ricamente.

Sobre o autor: Romário N. Cardoso é membro da Congregação Cristã no Brasil desde a data de 11 de julho de 1993, sendo chamado às fileiras do Exército do Senhor Jesus, para “combater pela fé que uma vez foi dada aos santos”.

Que a paz de Deus, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e a comunhão do Espírito Santo, seja convosco. Amém.

Romário N. CardosoBIBLIOGRAFIA:
Novo Testamento Interlinear Grego-Português – SBB;Dicionário do Grego do Novo Testamento – Paulos;Noções do Grego Bíblico – Gramática fundamental – Vida nova;Dicionário Vine -O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e Novo Testamento – CPAD;Panorama do Novo Testamento-Robert H. Gundry, PH. D.;Manual da Escola Dominical – CPAD;Nova Enciclopédia Barsa.

26 de julho de 2009

Estatuto da CCB - 2004

ESTATUTO - CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL - ALTERADO EM 10/04/2004

COMUNIDADE RELIGIOSA – CNPJ 61.526.398/0001-99 (da Sede em São Paulo, R. Visconde de Parnaíba, nº. 1616 – Brás – São Paulo

ESTATUTO ratificado e consolidado em 10/04/2004, registrado sob nº. 301.383, Livro “A”, nº. 02, Registro de Pessoas Jurídicas e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São Paulo – Capital.

PREÂMBULO:

O Senhor iniciou Sua Obra no Brasil por um Seu servo, em Junho de 1910, sem denominação alguma, propagando-se, todavia, rapidamente, por intermédio de Seus crentes, desde então chamados por fé, em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Com o progresso da Obra de Deus, viu-se a necessidade de ser adquirida a propriedade do imóvel onde Seu povo já se congregava na Capital do Estado de São Paulo, sendo, então, escolhido o nome de Congregação Cristã do Brasil. Entretanto, por questões doutrinárias, houve a mudança do nome de Congregação Cristã do Brasil para Congregação Cristã no Brasil, o que se fez por Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 21 de abril de 1962, na Casa de Oração do Brás, na Capital de São Paulo, na Rua Visconde de Parnaíba, nº 1616, até então sede administrativa de todas as Congregações que seguem a mesma Fé e Doutrina no País.

Sempre que se fez necessário, este Estatuto foi reformado na sua parte administrativa, para governo das coisas materiais da Congregação. Na parte espiritual não existe nenhum governo humano, pois só o Divino prevalece, como se depreenderá dos artigos que se seguem.

Em 10 de abril de 2004, este Estatuto foi reformado parcialmente e consolidado, em Assembléia Geral Extraordinária especialmente convocada, conforme determinação contida no “caput” de seu art. 43, estando registrado sob nº 301.383, do Registro Civil de Pessoa Jurídica, em 27 de Maio de 2004, perante o 1º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo.

CAPITULO I

Denominação, Finalidade, Sede, Foro e Administração

Art. 1º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, é uma comunidade religiosa fundamentada na doutrina apostólica (Atos 2:42 e 4:33), apolítica, sem fins lucrativos, constituída de número ilimitado de membros, sem distinção de sexo, nacionalidade, raça, ou cor, tendo por finalidade propagar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor a Deus, tendo por cabeça só a Jesus Cristo e por guia o Espírito Santo (São João, 16:13). Iniciada em Junho de 1910, com Estatuto regularmente aprovado em 05 de Março de 1931 e reformado em 20 de Março de 1936, 23 de Abril de 1943, 20 de Novembro de 1944, 04 de Dezembro de 1946, 08 de Fevereiro de 1956, 21 de Abril de 1962, 12 de Abril de 1968, 23 de Abril de 1975, 04 de Abril de 1980, 13 de Abril de 1995 e 10 de Abril de 2004.

§ 1º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL tem sua personalidade jurídica amparada nos dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil, no Código Civil Brasileiro e legislação pertinente.

§ 2º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não depende de outras instituições quer no País, quer no estrangeiro, porém, conserva comunhão espiritual com comunidades religiosas no exterior que professam a mesma Fé e Doutrina.

Art. 2º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL terá sede e foro onde se instalarem suas Administrações, em conseqüência da descentralização administrativa deliberada pela Assembléia Geral de 21 de Abril de 1962, realizada na Casa de Oração da Rua Visconde de Parnaíba, nº 1616, em São Paulo - SP

Parágrafo único – A Administração constituída na cidade de São Paulo, tem sua sede na Rua Visconde de Parnaíba, nº 1616, e o seu foro é o da Comarca da Capital.

Art. 3º - O tempo de duração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é indeterminado.

Art. 4º - Ao Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL cabe o exercício de todas as atividades espirituais, bem como, a ministração dos serviços sagrados, na forma prevista neste Estatuto, vedando-se nesse mister qualquer tipo de interferência dos administradores.

Art. 5º - À Administração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, constituída no mínimo por 3 (três) membros (presidente, secretário, tesoureiro e/ou respectivos vices), compete gerir o patrimônio e as questões administrativas, sempre em harmonia e sob o conselho do Ministério Espiritual, na forma dos arts. 31 e seguintes deste Estatuto.

Art. 6º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL possui número ilimitado de casas de oração e de Administrações. À Administração de São Paulo – Capital, compete coordenar e incluir em relatório anual o movimento espiritual e material das demais casas de oração da mesma Fé em todo o País, podendo também orientar as demais Administrações na aplicação das leis.

Parágrafo único – Todas as Administrações e casas de oração são regidas por Estatuto idêntico a este.

Disposições Gerais

Art. 7º - A receita da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é auferida exclusivamente por coletas e ofertas voluntárias e anônimas, cujos valores devem ser aplicados integralmente em suas atividades no País, observando-se fielmente suas finalidades.

§ 1º As ofertas e coletas para custeio das atividades operacionais compreendem as destinadas ao atendimento da Obra da Piedade, viagens missionárias, manutenção de casas de oração e aquelas especiais, cuja finalidade tiver essa mesma natureza, e serão registradas como receitas operacionais.

§ 2º As ofertas e coletas para investimentos destinam-se à aquisição de imóveis, construções, reformas de casas de oração, aquisição de bens móveis, instalações e aquelas cuja finalidade tiver essa mesma natureza, e serão registradas diretamente ao patrimônio social.

§ 3º Em decorrência da natureza de liberalidade, essas coletas e ofertas não geram qualquer direito, em tempo algum, sob qualquer pretexto.

Art. 8º - Quem aceitar Jesus Cristo como seu Salvador, e Sua doutrina, conforme consta no “caput” do art. 1º e dos arts. 20, 21 e 22, submetendo-se ao santo batismo, ministrado segundo a fé e doutrina da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, será admitido como seu membro e assumirá uma responsabilidade pessoal para com Deus.

§ 1º Não faz jus a qualquer remuneração o membro exercente de qualquer cargo ou função, ministerial ou não.

§ 2º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá arcar com o custeio de viagens missionárias, quer no Brasil, quer no Exterior, desde que previamente autorizada por deliberação do Ministério Espiritual, em reunião, não possuindo essa liberalidade natureza remuneratória.

§ 3º O exercício de qualquer atividade voluntária, em prol da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, terá a natureza de oferta e assumirá índole de liberalidade.

Art. 9º - Os membros da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, ocupantes de quaisquer cargos ou funções, ministeriais ou não, só poderão ser demitidos dos mesmos ou afastados do exercício deles, por deliberação do Conselho de Anciães que, sob a guia de Deus, decidirá soberanamente a respeito, nos seguintes casos:

-I - a pedido;
-II - mudança para outra localidade;
-III - assunção de compromissos que impliquem na ausência inevitável às reuniões ou na impossibilidade do atendimento pontual das exigências do cargo ou função;
-IV - incapacidade física que os impeça de exercer o cargo ou função;
-V - inidoneidade moral que os inabilite para o cargo ou função;
-VI - improbidade ou desídia; e
-VII - quebra da fidelidade à doutrina da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, a juízo do Conselho de Anciães.

Art. 10 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não impõe deveres exigíveis juridicamente nem outorga direitos materiais subjetivos aos seus membros. Apenas propaga a fé cristã-apostólica, dando cumprimento ao seu objetivo.

Art. 11 - A participação e manifestação individual dos membros nos serviços religiosos fazem parte do culto e dependem do juízo de quem o preside, sob a guia de Deus. A ministração dos serviços sagrados estará sujeita à convicção espiritual do ministrante.

Art. 12 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não se responsabiliza pelos atos pessoais praticados por qualquer dos seus membros.

Art. 13 - Todo o patrimônio adquirido em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é fruto de contribuições e de ações voluntárias em benefício dela, que procura unificar-se sempre mais à fé apostólica na sua simplicidade e na sua sinceridade a Deus, conforme o Santo Evangelho, cuja Obra está sendo acompanhada pelo Senhor Jesus Cristo com seus sinais milagrosos, prometidos na Santa Palavra de Deus, não podendo, pois, ser dividido com qualquer grupo dissidente.

Art. 14 - Em caso de cisma ou separação, o patrimônio permanecerá com a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, não assistindo qualquer direito ao grupo que dela se separar.

Art. 15 - Não mais havendo irmandade numa localidade, o patrimônio existente será anexado ao da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mais próxima.

Art. 16 - No caso de extinção de uma Administração, o patrimônio local será gerido pela Administração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mais próxima, até que outra seja constituída, se for o caso.

Art. 17 - Dar-se-á a extinção da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, quando for comprovado que não mais existam fiéis que sigam a mesma Fé e Doutrina, em todo Território Nacional. Dissolvida a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, far-se-á a sua liquidação de conformidade com as leis em vigor, destinando-se o seu patrimônio a asilos, orfanatos, escolas e hospitais públicos.

Art. 18 - Sendo a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL uma comunidade religiosa de doutrina apostólica, fundamentada na Bíblia Sagrada, nela não existe hierarquia; entretanto, é respeitada a antiguidade entre os membros do Ministério.

Art. 19 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mantém um serviço de assistência aos fiéis necessitados, conforme a guia de Deus.

CAPITULO II

Fé e Doutrina

Art. 20 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é constituída por uma comunidade que aceita toda a Bíblia Sagrada na qual está contida a infalível Palavra de Deus, estando devotada a Jesus Cristo, Autor e Consumador da Fé, fundada na Doutrina Apostólica.

Art. 21 – A fé que a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL propaga consiste em magnificar sempre mais a celeste vocação, em cada um dos membros e reter a liberdade que Cristo Jesus Nosso Senhor nos franqueou com a Sua morte e ressurreição, para que Ele possa imperar com a Divina Graça nos corações dos remidos pelo Sangue do Concerto Eterno e guiá-los pelo Espírito Santo em toda a verdade, em honra, louvor e glória a Deus Pai. O eternamente Bendito. (No demais sejamos sóbrios, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de todos nós e de Sua Obra – I Pedro, 5, 7,8).

Art. 22 – A doutrina professada na CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é resumida nos seguintes doze pontos:

I - Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-la como contendo a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (II Pedro, 1:21; II Tim. 3:16-17; Rom. 1:16).

II – Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de todas as coisas, em cuja unidade há três pessoas distintas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ef. 4:6; Mat. 28:19; I João 5:7)

III – Nós cremos que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Palavra feita carne, havendo assumido uma natureza humana no ventre de Maria virgem, possuindo Ele, por conseguinte, duas naturezas, a divina e a humana; por isso é chamado verdadeiro Deus e verdadeiro homem e é o único Salvador, pois sofreu a morte pela culpa de todos os homens. (Luc. 1:27; João 1:14; I Pedro 3,18).

IV – Nós cremos na existência pessoal do diabo e de seus anjos, maus espíritos, que, junto a ele, serão punidos no fogo eterno. (Mat. 25:41).

V – Nós cremos que o novo nascimento e a regeneração só se recebem pela fé em Jesus Cristo, que pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação. Os que estão em Cristo Jesus são novas criaturas. Jesus Cristo, para nós, foi feito por Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção. (Rom. 3: 24; I Cor. 1:30; II Cor. 5:17).

VI – Nós cremos no batismo na água, com uma só imersão, em Nome de Jesus Cristo (Atos 2:38) e em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mat. 28:18-19).

VII – Nós cremos no batismo do Espírito Santo, com evidência de novas línguas, conforme o Espírito Santo concede que se fale. (Atos 2:4; 10:45-47 e 19:6).

VIII – Nós cremos na Santa Ceia. Jesus Cristo, na noite em que foi traído, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: “Isso é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim”. Semelhantemente tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: “Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós”. (Luc. 22:19-20; I Cor 11:24-25).

IX – Nós cremos na necessidade de nos abster das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação, conforme mostrou o Espírito Santo na Assembléia de Jerusalém. (Atos 15:28-29; 16:4 e 21:25).

X – Nós cremos que Jesus Cristo tomou sobre si as nossas enfermidades. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. (Mat. 8:17; Tiago 5:14-15).

XI – Nós cremos que o mesmo Senhor (antes do milênio) descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor. (I Tess. 4:16-17; Apoc. 20:6).

XII – Nós cremos que haverá a ressurreição corporal dos mortos, justos e injustos. Estes irão para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. (Atos 24:15; Mat. 25-46).

CAPÍTULO III

Anciães, Cooperadores do Ofício Ministerial, Diáconos e suas Atribuições
Art. 23 - O Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é composto de Anciães – que em seu conjunto formam o Conselho de Anciães – Cooperadores do Ofício Ministerial e Diáconos.

Art. 24 – Os irmãos Anciães e Diáconos são ordenados (I Tim. 4:14), e os Cooperadores são apresentados, conforme deliberação do Conselho de Anciães, segundo a guia de Deus pela revelação do Espírito Santo, dentre os membros da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL que apresentarem as virtudes consignadas no Santo Evangelho (I Tim. 3:1-7 e 8-13; Atos 6:6; Tito 1:5-10; I Pedro 5:2-3).

Parágrafo único. A ordenação ou apresentação sempre será realizada por um Ancião, dentre os mais antigos no Ministério, de comum acordo com o Conselho de Anciães.

Art. 25 – Os serviços de culto nas Casas de Oração são presididos pelos irmãos Anciães ou Cooperadores do Ofício Ministerial, os quais devem vigiar na liberdade do Espírito Santo e em todo o tempo, para que nenhuma coisa estranha ao Santo Evangelho seja manifestada.

Art. 26 – Os serviços sagrados de Batismo e Santa Ceia são ministrados exclusivamente pelo ofício de Ancião.

Art. 27 – Aos irmãos Diáconos competem o atendimento da Obra da Piedade, podendo ser auxiliados por irmãs preparadas por Deus para essa finalidade. Na sua falta, tais atribuições serão exercidas pelos demais integrantes do Ministério.

§ 1º Aos irmãos Diáconos compete dar assistência às casas de oração quanto ao recebimento de coletas e ofertas e à remessa dos valores que devem ser depositados em estabelecimentos bancários, bem como aplicar aquelas destinadas às Obras Pias e viagens missionárias. Todos os prontuários, em função do caráter eminentemente sigiloso, serão mantidos em poder dos mesmos, que em tudo se farão guiar por Deus. A documentação contábil será encaminhada à Contabilidade.

§ 2º Os Diáconos ou irmãos responsáveis pelo atendimento da Obra da Piedade e viagens missionárias, mediante procuração específica outorgada pela CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, movimentarão conta bancária especial, para os devidos fins. Essa conta será movimentada no mínimo por 3 (três) irmãos, devendo conter sempre 2 (duas) assinaturas. Onde houver Diáconos, estes obrigatoriamente assinarão.

§ 3º Os Diáconos, na escrituração das despesas decorrentes do exercício de suas atribuições, poderão ser assessorados por um contabilista.

§ 4º Aos irmãos Diáconos e/ou responsáveis pelo atendimento das Obras Pias e viagens missionárias, aplica-se o disposto nas alíneas “b”, “c” e “d”, do art. 37 deste Estatuto.

CAPITULO IV

Assembléia Geral

Art. 28 – A Assembléia Geral da irmandade é o órgão competente para a ratificação da indicação dos Administradores e membros do Conselho Fiscal da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, aprovação de contas, relatórios da Administração e alterações estatutárias na forma do art. 43 deste Estatuto.

Art. 29 – A realização da Assembléia Geral será feita por convocação, pelo irmão Presidente da Administração, a quem cabe também presidi-la, nas hipóteses previstas neste Estatuto, exceto no caso do art. 31.

Art. 30 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não efetua registro de membros por entender que o vínculo é de natureza espiritual do fiel para com Deus. As decisões da Assembléia Geral serão tomadas, em qualquer convocação, pela maioria dos membros presentes, cuja forma de manifestação será por aclamação.

CAPITULO V

Administrações e suas Atribuições
Art. 31 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL será representada e seu patrimônio gerido por uma Administração, com 3 (três) membros (Presidente, Secretário e Tesoureiro) indicados pelo Conselho de Anciães sob a guia de Deus, apresentados e empossados em Assembléia Geral da irmandade local, presidida pelo irmão Ancião que atender a localidade.

§ 1º Havendo necessidade poderão ser criados cargos, como Vices Presidente, Secretário, Tesoureiro e/ou Auxiliares da Administração, tudo conforme o disposto no “caput” deste artigo.

§ 2º À Administração compete administrar a totalidade dos bens patrimoniais localizados em um ou mais municípios, vedada a criação de mais de uma Administração para um mesmo município.

§ 3º A Administração poderá ser extinta por deliberação do Conselho de Anciães, devidamente guiado da parte de Deus, devendo, tal decisão, ser ratificada pela Assembléia Geral da irmandade local.

§ 4º A Administração poderá sugerir, sempre que se fizer necessário, a formação de Departamentos de Construções, Engenharia, Compra de Materiais, etc. Estas sugestões deverão, sempre, ser submetidas à aprovação do Conselho de Anciães.

Art. 32 – O mandato dos membros da Administração será de 3 (três) anos, permitida a recondução ao cargo.

Parágrafo único. Os administradores que forem indicados em substituição, para preencher cargos vagos, cumprirão o tempo faltante dos membros substituídos.

Art. 33 – Os atos de administração do patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL que excedam a simples gestão, incluindo compra e venda de bens imóveis, serão previamente apresentados a Deus em oração conjunta do Conselho de Anciães, Diáconos e Administração, para d’Ele se obter a confirmação, lavrando-se a seguir ata sobre a deliberação tomada para sua perfeita execução.

Parágrafo único. As construções e/ou reformas de imóveis serão deliberadas em reunião conjunta do Conselho de Anciães, Diáconos, Cooperadores do Ofício Ministerial e Administração.

Art. 34 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá outorgar, a membros da mesma fé, procuração para representá-la, com poderes específicos de administração e prazo não excedente de um ano, da sua outorga. Em tais situações deverão ser nomeados no mínimo 3 (três) procuradores, para cujos atos deverão assinar no mínimo 2 (dois), vedado o substabelecimento.

Art. 35 – O patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, em cada localidade, responde por suas obrigações. A irmandade não responde, nem mesmo subsidiariamente, pelas obrigações da entidade.

§ 1º Os integrantes do Ministério e da Administração responderão pelos excessos eventualmente praticados que ocasionarem danos morais ou patrimoniais à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL ou a terceiros.

§ 2º Todos os atos de aquisição ou disposição de bens imóveis devem ser assinados pelos Administradores titulares ou vices em exercício, observadas as substituições previstas nos parágrafos únicos dos arts. 38, 39 e 40 deste Estatuto.

§ 3º Os valores pecuniários pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL deverão ser depositados, em nome desta, em estabelecimentos bancários da localidade. No movimento bancário assinarão sempre 2 (dois) Administradores, devendo um destes, necessariamente, ser o Tesoureiro ou o Presidente, observadas as substituições previstas nos parágrafos únicos dos arts. 38, 39 e 40 deste Estatuto..

Art. 36 – Compete à Administração:

a) dar cumprimento às deliberações das reuniões ministeriais, às disposições estatutárias e às deliberações das Assembléias Gerais;

b) participar dos trabalhos de compra e venda de imóveis, construções, reformas e manutenção de casas de oração e de toda a administração patrimonial e financeira da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;

c) elaborar e apresentar anualmente à Assembléia Geral, até o último dia do mês de fevereiro, relatório circunstanciado de suas atividades, incluindo o movimento espiritual de Batismos e Santas Ceias, bem como o balanço e a apresentação das contas do exercício findo em 31 de dezembro do ano anterior;

d) reunir-se periodicamente com o Ministério local e, em estreita colaboração com o mesmo, examinar e tratar dos assuntos materiais da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;

e) cuidar, com todo o zelo e diligência dos valores preparados por Deus nas coletas e ofertas;

f) manter em perfeita ordem todos os livros contábeis, auxiliares e de atas, com escrituração atualizada, guardando os respectivos documentos comprobatórios em ordem cronológica, inclusive os títulos de propriedades.

g) zelar pelo patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;

h) prestar os informes às autoridades e órgãos governamentais, em cumprimento a dever legal.

Art. 37 – É terminantemente vedado à Administração:

a) intervir no Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, não podendo instituir, destituir nem afastar seus integrantes, atribuição essa que é de exclusiva competência do Conselho de Anciães, nos termos do art. 9º deste Estatuto;

b) abonar, avalizar, endossar títulos, prestar fianças ou qualquer garantia em favor de terceiros, em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;

c) pleitear em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, junto a entes governamentais ou privados, auxílios ou subvenções de qualquer natureza;

d) utilizar-se de quaisquer bens ou valores pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, para fins estranhos aos interesses da mesma.

CAPITULO VI

Atribuições dos Administradores

Art. 38 – Compete ao Presidente:

a) convocar e presidir as Assembléias Gerais;

b) representar ou fazer representar a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL em juízo ou fora dele, bem como constituir advogados com poderes específicos;

c) apresentar em Assembléia Geral Ordinária o movimento espiritual e material, bem como as demonstrações contábeis da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;

d) movimentar as contas bancárias conjuntamente com o Tesoureiro, Secretário ou seus substitutos;

Parágrafo único. O Presidente, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Presidente; não havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.

Art. 39 – Compete ao Secretário:

a) superintender os trabalhos de Secretaria da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, propondo as providências administrativas necessárias à sua eficiente organização;

b) redigir e assinar correspondências e documentos da Administração;

c) responsabilizar-se pela guarda do arquivo e livros da Administração, mantendo-os atualizados e em ordem;

d) movimentar as contas bancárias conjuntamente com o Presidente, Tesoureiro ou seus substitutos.

Parágrafo único. O Secretário, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Secretário; não havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.

Art. 40 – Compete ao Tesoureiro:

a) receber, registrar em livro caixa próprio e guardar, sob sua responsabilidade, os valores pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, depositando as importâncias à conta desta, em estabelecimentos bancários escolhidos pela Administração;

b) apresentar relatórios financeiros e todos os dados para elaboração das demonstrações contábeis;

c) movimentar as contas bancárias juntamente com o Presidente, Secretário ou seus substitutos.

Parágrafo único. O Tesoureiro, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Tesoureiro; não havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.

CAPITULO VII

Conselho Fiscal e suas Atribuições

Art. 41- A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL terá um Conselho Fiscal composto de 3 (três) membros e, facultativamente, um suplente, com mandato de um ano, que serão indicados pelo Conselho de Anciães, sob a guia de Deus, apresentados e empossados em Assembléia Geral da irmandade local, permitida a recondução.

Parágrafo único. Compete ao Conselho Fiscal, podendo ser assessorado por um contabilista, o exame de todos os documentos contábeis, financeiros e patrimoniais, emitindo o competente parecer para ser transmitido à Assembléia Geral.

CAPITULO VIII

Disposições Finais e Transitórias
Art. 42 – A fim de conservar a unidade de Espírito entre o povo de Deus serão realizadas, anualmente, reuniões gerais de ensinamentos, na cidade de São Paulo, de irmãos Anciães da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL de todo o Pais e de irmãos Diáconos convocados, assim como dos que vierem do Exterior e que seguem a mesma Fé e Doutrina, conforme consta do § 2º do art. 1º do Estatuto.

§ 1º Serão realizadas também reuniões com a mesma finalidade em outros Estados, as quais deverão ser presididas pelos irmãos Anciães mais antigos no Ministério, que presidem as reuniões gerais anuais e nelas deverão ser expostos os mesmos ensinamentos apresentados nas reuniões gerais em São Paulo, conservando-se a unidade de Espírito e o Fundamento de nossa Fé e Doutrina.

§ 2º Os Diáconos que não forem convocados na forma do “caput” e os Cooperadores do Ofício Ministerial, participarão das reuniões anuais realizadas em seus respectivos Estados e regiões.

Art. 43 – O presente Estatuto só poderá ser modificado por deliberação do Conselho de Anciães presentes à reunião geral anual realizada em São Paulo, de acordo com o art. 42, vedada a alteração de seus fins espirituais.

§ 1º A alteração de endereço da sede administrativa, para local do mesmo município (art. 2º parágrafo único) será deliberada na forma do art. 33.

§ 2º As modificações no Estatuto deverão ser imediatamente ratificadas em Assembléia Geral por todas as Administrações constituídas no País.

Art. 44 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, sob a coordenação da Distribuidora Geral Brás – São Paulo, poderá manter distribuidoras, as quais serão responsáveis pela distribuição de Bíblias Sagradas, hinários e véus, artigos esses usados nos cultos, de acordo com a sua Fé e Doutrina.

§ 1º Cada distribuidora fará uma contabilidade, de forma segregada, de sua movimentação, que integrará as demonstrações contábeis da Administração.

§ 2º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá manter, anexo às suas casas de oração, depósitos dos itens relacionados no “caput” deste artigo.

Art. 45 – Eventuais omissões deste Estatuto serão supridas conforme as deliberações do Conselho de Anciães, reunidos na forma prevista no “caput” do art. 42 deste Estatuto.

Art. 46 – Este Estatuto revoga quaisquer outros e entrará em vigor na data de sua aprovação pela Assembléia Geral, especialmente convocada, devendo ser registrado no órgão público competente.

São Paulo, 10 de Abril de 2004.

Ancião: Basílio Gitti
Presidente: Eliseo Luiz Lage
Secretário: João Vivanco
Tesoureiro: Emanuel dos Reis Neves
Advogado: Jacinto Pio Viviani - OAB/SP nº 23.920

15 de julho de 2009

Centenário da Congregação Cristã no Brasil

Sinopse histórica e comentário dos cem anos da CCB
Congregação Cristã no Brasil é o letreiro que os mais belos templos do país ostentam em suas fachadas. Do interior destes templos ecoam os mais belos HINOS DE LOUVORES E SÚPLICAS A DEUS. Seus assentos acomodam um inúmero e maravilhoso povo que reunido EM NOME DO SENHOR JESUS adora o Deus que fez o céus e a terra. De cá homens com terno e gravata, de lá mulheres com véus nas cabeças. Após a exclamação: DEUS SEJA LOUVADO! segue um uníssono e sonoro AMÉM! Inicia-se mais um culto nessa igreja que está prestes a completar cem anos de sua história.

Ponto de partida. Aos doze de março de 1910, desembarcava em solo brasileiro, vindo dos Estados Unidos, o imigrante italiano, Luigi Francescon. Este missionário ensinaria uma parte da nação falar numa ‘língua estranha’ que não tem tradução, mas tem poder e unção.

A pioneira. A mensagem pentecostal (Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo, e breve voltará), começou a ser disseminada em solo brasileiro na região sudeste pela Congregação Cristã no Brasil - CCB. Consecutivamente a Assembléia de Deus, um ano mais nova, a propagou pelo nordeste do país, em pouco tempo ambas estariam presentes em todo território nacional.

O número um. Felício Antônio Mascaro foi o primeiro irmão a ser batizado na Congregação em Santo Antônio da Platina no Estado do Paraná.

O crescimento. Explicar o crescimento inicial da CCB é desafio a qualquer teólogo, ou mesmo, sociólogo ou antropólogo. Como uma igreja que não evangeliza cresce tanto? Se o método tradicional e bíblico não foi usado, qual fator levou-a ser a maior denominação por décadas?

Obra do Espírito Santo. Os membros da CCB tem uma resposta na ponta da língua: “Foi obra do Espírito Santo”. E ao meu ver foi mesmo. A glossolalia (línguas estranhas) foi um atrativo para crentes de outras denominações. O derramamento dos dons foi abundante até meados de sua história, o que acontecia tanto nos encontros cultuais como nos casuais.

Uso e costumes. Os costumes usais da CCB são comuns a toda igreja pentecostal, já os litúrgicos são bem característicos contribuindo para sua identidade denominacional. São eles: o uso do véu, assentos separados, ósculo santo, orquestra, saudação típica, orar só de joelhos, clamores ou exclamações exaltando a Deus durante todo decorrer do culto, etc.

A igreja dos ‘glórias’. O modo peculiar de seus membros exaltarem e clamarem a Deus, fazia-se notável a todos que a visitavam, fazendo-os ficar conhecidos como ‘os glórias’ e consequentemente a Congregação por “igreja dos glórias”. Esse apelido, dado pelas outras denominações, revela como era dinâmica a liturgia dos cultos e o respeito que demonstravam pela CCB.

Estudo bíblico. Achou-se desnecessário uma vez que liderança e liderados eram igualmente de pouca escolaridade. Veio a mentalidade de que o estudo bíblico inibiria ou ‘mataria’ as “revelações” espirituais das quais eram providos. “A letra mata e o Espírito vivifica”, esta máxima (dito) desmotivou de vez a leitura sistemática da Bíblia causando um efeito colateral que beirou o obscurantismo*.

Que doutrina é esta? A irmandade (igreja) passou a viver mais dos ditos que dos versículos. Ideias como “quanto menos saber, mais Deus te usará” eram recebidos como verdades absolutas. Ao ser ensinado: “Aos crentes, a palavra de Deus, ensinada à Sua igreja, não é para ser discutida, e sim obedecida. Somente assim se honra o Senhor” (Ass. 1948), o povo deixa de exercer a capacidade de análise e julgamento recomendada pela Bíblia (At 17:11; 1Co 14:29; Gl 1:8). Como não havia contestação, a cultura oral se fortaleceu sendo passada de geração para geração.

Deixando a primeira caridade. Não demorou para o idealismo** aparecer. Narcisamente a CCB via-se superior às demais denominações considerando-as, pejorativamente, “seitas das teorias humanas”. Não queria ser comparada a nenhuma outra comunidade, eis por que negou suas origens declarando oficialmente: “Não somos pentecostais, e nada temos a ver com o movimento pentecostalista” (Tóp. 23 Ass. 1991).

Crise de identidade. A declaração gerou uma crise de identidade na igreja (Se não sou pentecostal, porque adorar e viver como um?), que desde então vem afetando seus costumes denominacionais e prejudicando a liturgia do culto, ou como dizem, a liberdade de dar glória e do Espírito Santo agir na igreja. Hoje sentem-se ofendidos quando classificados como pentecostais (Top. 22 Ass. 1988), não aceitam nenhuma rotulação senão a por eles reivindicada.

Reivindicação. Desprezando a condição de uma igreja pertencente ao movimento pentecostal, num delírio a CCB faz uma reivindicação absurda, avocando para si o título de “Obra de Deus”, quando muda o título original do testemunho escrito da sua fundação de HISTÓRICO DE UMA RAMIFICAÇÃO NA OBRA DE DEUS para HISTÓRICO DA OBRA DE DEUS REVELADA PELO ESPÍRITO SANTO NO SÉCULO ATUAL (PASSADO). Tal fato não causou indignação na época e sim trouxe orgulho e exclusivismo, desde então seus membros passaram a considerá-la a “Verdadeira Graça”, usurpando título e honra do Senhor Jesus.

A lei abolida. Outra atitude mal explicada foi a retira do quadro “Constituição da Igreja de Deus”. Tínhamos uma constituição de uma lei só, que era o suficiente para guiar-nos em toda a verdade. Essa única lei tinha um único artigo: Jesus é a cabeça da igreja; e um único parágrafo que tratava da sua organização: A caridade de Deus no coração de seus membros.
A profecia. No mesmo quadro estava contida uma profecia: “Onde estes três não governam [Pai, Filho, Espírito Santo], é Satanás que governa, em forma de homem, para seduzir ‘o povo de Deus’ com sabedoria humana”.

A Paz (no reino) de Deus! Surpreendentemente as coisas caminhavam em perfeita harmonia. Salvo raríssimas exceções, não havia contestações, a ideologia fora assimilada e os irmãos sentiam-se afortunados por pertencerem ao grupo dos ‘escolhidos’, então… Eis que ecoa um brado de reforma e surge um movimento reflexivo e questionador do posicionamento ideológico da CCB promovido pelos seus próprios membros.

Os membros se levantam. Valendo-se da Internet, uma ferramenta que nossos antecessores não dispunham, vários membros criam diversos sites, comunidades virtuais e blogs, fazendo da Internet uma verdadeira central de reclamações, e por meio desta ou mesmo por cartas pessoais, fazem chegar ao Brás (Sede da CCB) uma enxurrada de críticas, sugestões, denúncias, apoio, elogios, etc. O movimento, confuso no início, vai aos poucos se organizando e definindo seus objetivos.

Literatura. Já outros publicam livros como Marcelo Ferreira autor de “Por trás do véu”. O conselho de anciães repudiou todas essas iniciativas chegando a ex-comungar o referido membro. Neste caso a CCB recriminou aquilo que deveria financiar – o registro de sua história.

Tocando na ferida. A atitude de expor a igreja na Internet mexe com o brio da CCB que odeia a mídia e tem pavor de ver seu nome estampado em qualquer veículo difusor de comunicação. É contra toda propaganda quer a favor ou contra.

Que faremos agora? Sempre se esperou críticas de terceiros contra a Congregação, mas o inédito levante dos próprios membros surpreendeu o conselho de anciães. O veículo da irmandade é a Internet, o veículo do conselho de anciães são os tópicos de ensinamentos, por estes tentou-se intimidar o movimento, mas desta vez, “a palavra de Deus ensinada nas congregações” foi discutida e não obedecida. Restou ao ministério ignorar a opinião dos pensadores.

Site oficial. Na verdade não passa de uma nota de esclarecimento que não esclarece coisa alguma. Foi o último ato antes de dar as costas em definitivo ao movimento. Um site oficial com relatório virtual é uma cobrança de toda irmandade.

A crise no Brás. Acusações pesam sobre o atual presidente nacional, que ao invés de se pronunciar publicamente à toda igreja manobra nos bastidores. Estas acusações tornaram-se públicas fazendo vir à tona o corporativismo e o autoritarismo reinantes no Conselho, evidenciados no MANIFESTO PRÓ-COURI; a CCB tem agora uma certidão atestando sua corrupção.

“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1Pe 4:17a).
Consequências. A indiferença do “santo ministério mais idôneo” pela opinião da irmandade, a falta de maturidade espiritual para enfrentar os problemas emergentes, a sonegação de informação, geram insatisfação, revolta e dissensões no grupo. Alguns cismas já ocorreram na sua história, o mais recente resultou na fundação da Congregação Cristã Apostólica – CCA. Poderemos estar na iminência de um acontecimento sem precedentes, caso a política continue sendo a resistência e não o diálogo.

“Como nos assentamos à mesa do Senhor para partilharmos da mesma comunhão; Assentemos à mesa do entendimento para partilharmos da mesma opinião.”
Luz no fim do túnel. Felizmente muitos têm deixado o idealismo, renunciado a cultura oral, e recorrido à leitura da Bíblia – a infalível e soberana Palavra de Deus – e por esta se guiado.

Voltando a primeira caridade. A CCB necessita ser avivada no Espírito Santo. Podemos entender avivamento como sendo o retorno às origens que caracterizavam a igreja primitiva, primando os dons espirituais e o falar em línguas, mas para tanto, precisa reconhecer seus erros, humilhar-se e então suplicar a intervenção divina.

“Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembre-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Ap 2:4,5).
O centenário é momento para reflexão. A igreja que somos é a igreja que deveríamos ser? Levamos a mesma mensagem que o missionário trouxe há cem anos? Temos sido fiéis a esse legado?

O centenário é momento para oração. Devemos nos humilhar, pedir perdão e clamar por avivamento espiritual.

O centenário é momento para gratidão. Apesar de tudo, chegamos até aqui e somos uma grande família, temos uma estrutura gigantesca e somos modelo em várias áreas; Deus tem sido conosco, seus conselhos não tem faltado, e suas promessas hão de cumprir. Portanto, façamos festa, e celebremos a esperança do consenso e da união, para a edificação do corpo de Cristo.

Resumo. A CCB teve um período glorioso, porém a falta de estudo comedido das Escrituras Sagradas repercutiu em erros hermenêuticos grosseiros, ao menosprezar a letra a palavra ganha força e uma cultura oral se instala, a irmandade deixa a doutrina dos versículos, e assimila a ideologia dos ditos. Essa ideologia nos leva ao obscurantismo que nos afasta da Bíblia e ao idealismo que nos afasta das outras igrejas. A CCB passa julgar-se a única igreja verdadeira e renuncia o legado pentecostal. Uma nova fase começa quando seus membros começam a questionar a liderança que é ineficiente ao replicar-lhes, passando então, a ignorá-los.

Conclusão. A falta de estudo é a origem de todos os desvios da CCB. Voltar-se à Bíblia, como a infalível Palavra de Deus, é que restituirá a nossa primeira caridade. Muito se gabou por não ter conhecimento temendo que este mataria o Espírito; ironicamente, um movimento intelectual é que pode agora restaurar-nos a espiritualidade.

“Jesus, respondendo, disse-lhes: Errais não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22:29).

“O meu povo foi destruído por que lhe faltou conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento também te rejeitei” (Os 4:6a).

“Conheçamos, e prosseguimos em conhecer ao Senhor; e Ele a nós virá como a chuva serôdia que rega a terra” (Os 6:3).

“A Tua palavra é a verdade” (Jo 17;17); “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo 8:32).

_____________________
* obscurantismo: 1. Estado de completa ignorância 2. Oposição sistemática a todo o processo intelectual ou material 3. Atitude ou política contrária à difusão e transmissão de conhecimento, especialmente entre as massas.

** idealismo: Sistema que admite como certas somente suas idéias; vê perfeição no que cria ou no que segue.


Este artigo foi retirado do site Bem-aventurado (http://bereiano.wordpress.com/)

27 de junho de 2009

Dízimo: Contribuição da Lei ou da Graça?

Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade (1Tm 3.15).

O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas de esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento exposto em 2Coríntios 9.7.

O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” (Ml 3.11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais (Rm 8.1; Ef 1.3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo... Não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele contribui com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo (Mt 23.23). Infelizmente, muitos cristãos têm repetido esta mesma atitude.

Não há um só versículo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar.

Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.

Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes desta tribo.

Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Nm 18.21-30). O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo (Ap 1.6), pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dízimo foi estabelecido para os judeus; não para a igreja de Jesus Cristo (Hb 7.5).

Devemos compreender a diferença entre contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de maldição, e obrigados a guardar toda a lei, se escolhermos seguir um mandamento dela, como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 5.3,4, pois quem cumpre um mandamento da lei é obrigado a guardar toda a lei.

Somos servos do Senhor Jesus, não escravos de homens (1Co 7.23; Gl 5.1) e foi para a liberdade que Ele nos chamou.

Na Lei, o DÍZIMO era a causa principal da bênção do povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Ml 3.10). A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o Dízimo para ser abençoado.

Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.

Paulo, em (Efésios 1:3) nos afirma que Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”, por este motivo, a maneira correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de (II Coríntios 9:7), porque abençoados já somos.

Ao invés de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus, muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo, mas usam textos do antigo testamento, como: ...repreenderei o devorador; ...roubais ao Senhor nos dízimos.. etc, que produzem temor nas pessoas e medo de maldição, porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm receio que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por despreparo repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente de que Deus prosperará a igreja, através da contribuição espontânea dos irmãos, como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio da Verdade.

Cristo não colocou “VINHO NOVO”(A GRAÇA) em “ODRES VELHOS”(A LEI). (Marcos 2:22).

Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho (Gálatas 4:30); (Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita judaica. Paulo afirma (Gálatas 2:14). Toda esta confusão sobre o Dízimo seria erradicada do nosso meio se nos empenhássemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na fé e não meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bíblia realmente diz (I João 2:27), fazermos como os crentes de Beréia.

Origens do dízimo

DÍZIMO é um preceito da LEI de Moisés (Números 18:24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos. (Hebreus 7:9/10). O Dízimo passou a ser um pacto (Deuteronômio 12:6/17), um contrato, entre Deus e os israelitas (Deuteronômio 14:22/28). Todavia, nem os gentios, e nenhum representante da Igreja de Cristo estavam lá para ouvir este pacto, ficando assim, a Igreja atualmente, comprometida com o dízimo. Porém, como Jesus cumpriu toda a lei (Romanos 10:4), ao estabelecer uma Novo Testamento (Hebreus 8:13), nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a observância do Dízimo, uma vez convertido a Cristo.

DISPENSAÇÃO: É um período em que o homem é provado na sua obediência a certa revelação da vontade de Deus. Encontra-se três vezes no Novo Testamento, em (Efésios 1:10); (Efésios 3:2) e (Colossenses 1:25).

POVOS nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus + gentios).

O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes (Hebreus 7:9/10) com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo (Hebreus 7:4), referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. (Hebreus 7:5/9).

Ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo (II Crónicas 31:5/6) e (II Crónicas 31:12); (Neemias 10:37) e (Neemias 12:44), não o Sistema eclesiástico atual.

Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”

Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus (Mateus 5:45), quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição, sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o prosperaria independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações, que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em (Mateus 9:13).

Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça, Eterno (Hebreus 7:11/12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir:

Não há limite de contribuição, é segundo o que você propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo, não mais existe. É um preceito da Lei judaica! (II Coríntios 9:7)

Como contribuir? Em Lei ou em Graça?

Para você entender melhor, usamos o seguinte exemplo:

O Adultério
Na Lei: Para não adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento (Levítico 20:10).

Na Graça: Para não adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo (II Coríntios 5:14).

Contribuição
Na Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador (Malaquias 3:10/11).

Na Graça: Para contribuir, o meio utilizado é o amor a Cristo (II Coríntios 9:7).

No Adultério e na Contribuição, mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: Não adulterar e sempre contribuir.

É isto que Deus quer revelar à sua igreja. Você vive debaixo da GRAÇA e não debaixo da LEI. Porque quando se faz uso da lei estando em graça, para alcançar certo objetivo, mesmo que certo, mas se o meio utilizado estiver errado, o resultado é a separação de Cristo e o cair da graça, sendo assim, a pessoa é obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Espírito Santo através de Paulo em (Gálatas 5:3/4). É por este motivo que se torna um erro gravíssimo o uso de (Malaquias 3:10) em plena GRAÇA em que vivemos, neste sentido (Malaquias 3:10), tornou-se no meio evangélico, “o pezinho de coelho” e “ferradura da sorte” para muita gente, principalmente para o Sistema Religioso atual, que não consegue viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2) é só dos eleitos de Deus (Tito 1:1). Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera, provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus, (Malaquias 3:10) diz que tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta: “O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não, tiram-lhe o ministério ou o discriminam, mas quando é um(a) irmão(ã) que dá um dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja.

Notemos que O Deus que fala em (Malaquias 3:10), é o mesmo que diz em (Malaquias 2:16) “... Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel...” e quase não ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz aqui, apologia à AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o Seu Reino, podemos dar até tudo o que temos, por amor, ao Senhor e isto alegra o coração de Deus: como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã, relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, até mais de 10%, se puder.

Mateus 23:23

Jesus, acima, está falando para os fariseus daquela época, não para a igreja, que até então, não havia sido totalmente formada com fundamentos da graça, o ministério de Cristo não havia ainda sido consumado. (o véu do templo não havia sido rasgado) , tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso para apresentar-se ao sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14).

Os conservadores do dízimo ainda dizem: O DÍZIMO é uma tradição que devemos manter para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao Sábado (Marcos 2:24) e o Lavar as mãos antes de comer (Mateus 15:2). Porque o Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o Lavar as mãos fazia parte da Halaká (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem que, tanto o Dízimo como o Sábado e o Lavar as mãos eram tradições judaicas e não gentílicas. O DÏZIMO passou a ser a única tradição judaica que o Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo???

Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Nem tampouco é servido por mãos humanas, (Atos 17:25).

Infelizmente, muitas igrejas têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado pelo falta do seu dízimo, é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.

Pare !... Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, Não permaneça debaixo da lei, mas se dizimar, faça-o com uma consciência liberta, mesmo que preguem ou façam o contrário.

A Verdade deve sempre prevalecer, como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4:16); (Romanos 7:4); (Gálatas 5:1).

De: Márcio Duarte Santiago mds0062@ig.com.br
Para: avianna@terra.com.br
Assunto: DIZIMO CONTR DA LEI OU DA GRAÇA???
Data: terça-feira, 19 de Fevereiro de 2002 2:38

Graça e paz!

Lendo o seu texto, cheguei algumas conclusões, as quais esponho aqui gostaria de um parecer sobre o assunto Dízimo

Márcio D. Santiago - membro da Igreja Ev. Congregacional de Suzano – SP

Na discursão deste assunto, iremos subordiná-lo a três importantes questões:

a) CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ TEM DE SATISFAZER A TRÊS REQUISITOS;

b) A CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ, SE NÃO É IGUAL AO DÍZIMO, TEM DE SER SUPERIOR;

c) O DÍZIMO É CONTRIBUIÇÃO PERFEITAMENTE CRISTÃ, PROVADA DENTRO DO NOVO TESTAMENTO.

a.1) Tem de ser voluntária (Paulo escrevendo aos (II Coríntios 9:7), escreve o seguinte: “cada um contribua segundo propôs no seu coração; não por tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria”., este texto é a chave de ouro dos antidizimistas, eles veem aqui uma arma esmagadora contra método de contribuição na base do dízimo, no entanto outra coisa não vemos neste texto sagrado senão a voluntariedade da contribuição, coisa perfeitamente compatível com o sistema do dízimo, qual a distância entre dízimo e voluntariedade? porventura crentes pagam o dízimo por imposição ou constrangimento? qual a igreja que já impôs aos seus fieis a prática do dízimo sob condição, de sua permanência ou não no rol de membros? logo todos dizimistas o são voluntariamente, livremente. )

a.2) Tem de ser metódica. (I Coríntios 16:2), escreve no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando chegar, note-se bem a primeira parte deste texto sagrado “no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar”. como pode ver de acordo com os preceitos do novo testamento, a contribuição além de voluntária tem de ser metódica., os que defendem a voluntariedade da contribuição, a seu modo, via de regra, não tem método. As suas contribuições quando aparecem, quase sempre são avulsas, desorganizadas, sempre de acordo com as necessidades da igreja, o que é contra a Palavra de Deus.

a.3) Tem de ser proporcional aos rendimentos. ( Paulo diz, no texto que estamos considerando "cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade", os que não são dizimistas notaram isto? notaram que a contribuição cristã tem de ser proporcional a renda do contribuinte? os mensalistas de nossas igrejas já leram esta passagem? e os contribuintes avulsos que dizem? porventura os ricos de nossas igrejas estão contribuindo conforme a sua prosperidade? em geral com algumas exceções são os piores contribuintes!, quando se levanta uma campanha financeira, um pobre diz: “eu dou R$ 100.00”, levanta-se um rico e diz “eu dou R$ 10.00”, e murmura para o seu irmão, sentado ao seu lado: “eu só contribuo, segundo propus no meu coração”. E mais este contrapeso “eu não contribuo para me mostrar”. maldita humildade, maldita voluntariedade, mil vezes maldita! Oh rico escravizado pelo dinheiro.)

b) Portanto, qualquer contribuição que não seja na base x% não é cristã, agora cabe-nos descobrir a incógnita desse x. suponhamos, porém, que certo crente que é liberal resolveu dar, para o sustento do serviço do evangelho 12 ou 15% da sua renda, este método é cristão? é perfeitamente cristão, ele satisfaz aos três requisitos é voluntário, é metódico e é proporcional aos rendimentos., mas suponhamos que um irmão resolveu dar 4% do seu salário, outro que mais liberal decidiu dar 6% ao seu senhor, e outro compeendeu melhor a doutrina da contribuição resolveu dar 9% de toda a sua renda. qual dos três está certo? nenhum, os três estão errados. esta maneira de contribuir não está de acordo com as três exigências de Paulo? não é contribuição voluntária, metódica e proporcional aos rendimentos? sim está. entretanto, não satisfaz a outra exigências do novo testamento. daí a razão da afirmação a contribuição cristã, se não igual ao dízimo, tem de ser superior. o novo testamento é uma infinidade de mandamentos novos, associados a diversos outros do velho testamento. veja um exemplo: em (Mateus 5:21), nós lemos “ouvistes que foi dito aos antigos, não matarás, mas qualquer que matar será réu de juízo” este é o texto da lei, mas o senhor Jesus intercalou os seguintes aditivos – “Eu porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo. e qualquer que disser ao seu irmão: Raca, será réu do sinédrio. e qulquer que lhe disser: Louco, será reu do fogo do inferno” como pode ver o Sr. Jesus ao transportar este mandamento para o novo testamento, lhe deu uma nova interpretação, e lhe ampliou o sentido, tornando-o assim consentâneo com o espírito da graça.

c) Apresentarei três razões, pelas quais afimarei que o dízimo é contribuição dentro do Novo testamento:

1º O dízimo de Abrão: (Gênesis 14:18/20), o mesmo assunto está registrado em (Hebreus 7:4/6), os antidizimistas afirmam que o dízimo não é da dispensação cristã e, sim da Lei. aqui o dízimo aparece uns 400 anos antes da lei, e sem mandamentos divino (Gálatas 3:17), se o dízimo apareceu, na história do povo de Deus, tanto tempo antes da lei, certamente, não é criação sua, e muito menos, sua exclusividade. mas pensemos um pouco a respeito da pessoa de Abraão e a sua relação para conosco. Abraão é nosso pai na fé, todo o cap. 4 de romanos nos faz esta revelação, o ver 16 desse cap. diz precisamente o seguinte “portanto, é pela fé, para que segundo a graça, afim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós”. Paulo escreveu em (Gálatas 3:7/9), “sabeis, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão, ora tendoo a escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o Evang. a Abraão, dizendo todas as nações serão benditas em ti, não parece dúvida! os crentes de todo o mundo são filhos do crente Abraão! e Abraãao pagou o dízimo! Dele nós temos esta erança de benção; além da herança da fé. e note-se Abraão pagou dízimo quando estava na incircuncisão, isto é, quando ainda era gentio. portanto o dízimo nada tem haver com a lei no tocante a sua origem, pois surgiu muito antes dela, arranque-se da Bíblia todo o conteúdo da lei e ainda fica o Dízimo, na sua íntegra exatamente na parte que nos toca a fé e a justiça de Abraão, de quem, espiritualmente, descendemos.

2º (Hebreus 7:14) o sacerdócio de Melquisedeque era tão grande que o fez mair que Abraão, Cristo é maior que Abraão, do que Moisés, e mais sublime do que os céus: o sacedócio de Melquisedeque é superior ao sacerdócio de Levi (da lei) e se prende diretamente a Cristo. Não há dúvida o sacerdócio de Cristo nada tem a ver com o sacerdócio de Levi, de Arão ou da lei. O sacerdócio de Cristo é o sacerdócio de Melquisedeque. Portanto, o sacerdócio de Melquisedeque é o sacerdócio cristão.

3º Em toda questão de ordem moral, espiritual ou teológica, Jesus é autoridade máxima, e a sua palavra é decisiva. O seu parecer, sobre qualquer assunto, é suficiente para dirimir a mais intricada questão doutrinária ou contróversia religiosa, em torno de qualquer tema bíblico. (Mateus 23:23) duas coisas importantes quero destacar nesta passagem. a primeira é a declaração de Jesus, afirmando que a fé, a misericórdia e o juizo, também pertencem a lei. Ele diz precisamente, isto “Vós dizimais a hortelã, o edro e o cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo a misericódia e a fé., dizer que o juizo e , especialmente a misericórdia e a fé constituem o mais importante da lei, é tão maravilhoso que somente o Mestre Divino pederia faze-lo, mas é o Senhor quem fala, “cale-se diante dele a terra.” Agora considere segunda, o Senhor Jesus não era antidizimista! do seu parecer observa-se, com clareza, que Ele era favorável ao Dízimo, tanto na vigência da lei, como no regime do evangelho. segundo, porque o sabado não constitui pararelo com o dízimo, o dízimo aparece, na bíblia, ligado à historia de Abraão, nos pródomos da Graça. O sábado não tem nenhuma ligação com ele. na sua biografia, que se acha registrada nos cap. 1 a 25 de gêneses, nem sequer aparece a palavra sábado. Abraão sabadista, o dízimo aparece praticado no sacerdócio de Melquisedeque, o sábado, não. Não há a mínima alusão `a sua observância. o sacerdócio de Melquisedeque, certamente não era sabadista, portanto não há um paralelo entre o sábado e o dízimo.

De: Rodrigues Luciana avianna@terra.com.br
Para: Márcio_Duarte_Santiago mds0062@ig.com.br
Assunto: DIZIMO_CONTR_DA_LEI_OU_DA_GRAÇA???_
Data: sábado, 23 de Fevereiro de 2002 21:50

Caro Márcio,

A Paz do Senhor Jesus!

Jesus não foi contra a cobrança legal Dízimo, nem a favor, mas sim indiferente, uma vez que a Lei ainda era praticada: além dos os judeus serem ignorantes ao Novo Pacto de Deus com os homens na pessoa do Filho, seu sacrifício não havia sido ainda consumado, rasgando o véu, tanto que Jesus mandou que os dez leprosos curados fossem apresentar o sacrifício, em gratidão pela cura como prescrevia a Lei. A referência de (Mateus 23:23) não vem constituída de uma aprovação de Jesus à cobrança do Dízimo aos gentios, mas sim de uma repulsa à atitude dos fariseus(que eram judeus) pois desprovidos do amor, julgavam-se justos por dar seus dízimos até do cominho e da hortelã (em produtos do campo e não em valores monetários).

A referência inicial de dízimos na Bíblia, a encontramos em (Gênesis 14:20), quando Abraão deu o dízimo de tudo a Melquizedeque. Outra referência no livro de Gênesis, a encontramos em (Gênesis 28:22) , quando Jacó promete dar o dízimo de tudo o que de Deus receber. É mportante que o irmão perceba que essa determinação tanto de Abraão quanto de Jacó de dar o dízimo, foi uma decisão muito pessoal deles, que não a encontramos em Isaque filho de Abraão e pai de Jacó ,nem em nenhum dos doze patriarcas filhos de Jacó, pois foi algo que surgiu deles, como poderia acontecer com qualquer um de nós, de tomar uma determinação de doar, por exemplo: terreno, ou casa ou carros, etc..., para a obra de Deus, em outras palavras, se alguém se compromete em doar ou dar alguma coisa , isto é , algum bem material para a obra de Deus, não é por isso todos os cristãos serão obrigados a agir da mesma forma, quando na realidade Deus tocou aquele irmão em particular, não deixando mandamento para que todos procedessem de igual maneira.

Veja irmão que se está falando em (Gênesis 14:20), (Gênesis 28:22), de dízimos voluntários tanto de Abraão quanto de Jacó, e que não passou de pai para filho; nem de Abraão para Isaque, nem de Jacó para seus filhos; tampouco foi por força da lei, e sim, determinação muito pessoal e individual de cada um.

Ao examinar agora o dízimo por determinação da lei, vemos que conforme (Levítico 27:30), este dízimo não era em dinheiro e sim as dizimas do campo, da semente do campo e dos frutos das árvores . Este dízimo por disposição Divina foi dado aos levitas; leia isto em (Números 18:21) e (Neemias 10:37).

Hoje, porém, muitos líderes deturpam a palavra de Deus, coagindo os irmãos a contribuirem, não para destinarem tais benefícios aos pobres como fazia a Igreja primitiva, mas para serem sócios majoritários, mantendo um alto padrão de vida com o dinheiro da Igreja doado pelos fiéis, quando o orçamento cai e seus gordos salários começam a baixar, chamam os irmãos de ladrões: É como foram chamados os Sacerdotes da época de Malaquias que roubavam ao Senhor Deus, isso é procedimento cristão? Para finalizar, não sou contra o Dízimo, sou contra sua imposição e má administração, tanto quanto sou contra a Avareza, lógico, é correto e cristão darmos de nossos bens, segundo nossa prosperidade. As “ameaças” feitas aos irmãos nas igrejas, usando fraudulentamente a Palavra, faz as pessoas duvidarem da graça de Deus: achando que Deus só vai gostar delas (serem abençoadas) se derem 10% ou mais dos seus bens... ninguém tem o direito de cobrá-los de ninguém, Jesus não deixou isso como mandamento, tampouco os apóstolos, não há um versículo sequer no novo testamento que aponte para isso!!!

Tudo isso denigre a essência do Evangelho: os dízimos são exigidos, os irmãos são coagidos por medo de serem amaldiçoados, os dízimos são mal administrados (enriquecem os pastores), as pessoas de fora vêem tudo isso e se enojam do Evangelho. Parece um estelionato psicológico o que fazem nas igrejas contra as ovelhas do Senhor e você sabe que não estou errada, Jesus mandaria estes comerciantes embora como fez outrora! ...quem sabe um dia...

Que Deus o ilumine e lhe aumente no conhecimento do evangelho genuíno de Jesus Cristo, apesar de suas críticas, eu o compreendo, pois um dia já pensei assim como você, até procurar na própria Palavra se havia razão nas informações que eu recebi.

Transparência na casa de Deus é essencial!

Bibliografias: Origem e fim do Dízimo, autor: Rômulo de Almeida e Bíblia Sagrada

Engenheira Civil Luciana Rodrigues de A. Viana - Nascida em 1969 - Convertida em 1996 - É crente presbiteriana - E-mail avianna@terra.com.br

Este artigo foi retirado na íntegra do site Estudos Bíblicos sem Fronteiras Teológicas, um site cristão e confiável do irmão português Camilo Coelho.